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Prefeitura de Niterói lança campanha “Amor Não Causa Dor”

Os arredores da Concha Acústica, no Centro de Niterói, se coloriram com os cartazes da campanha “Amor Não Causa Dor”. Lançada oficialmente nesta quinta-feira (17) em homenagem aos 17 anos de promulgação da Lei Maria da Penha, ela foi idealizada pela Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres de Niterói, a Codim. A ação mobilizou manifestantes com a colagem dos cartazes e distribuição de panfletos alertando para a violência contra as mulheres. A iniciativa faz parte do Agosto Lilás, mês escolhido para alertar a população contra a violência doméstica, física, psicológica, moral, sexual e patrimonial, que muitas mulheres enfrentam no dia a dia.

A idealizadora da campanha e membro do Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres de Niterói, Fernanda Sixel, conta como surgiu o slogan: “Amor Não Causa Dor é um mote que usamos desde 2001, quando vimos um jornal local colocar no título de uma notícia de feminicídio algo como “amou tanto que matou”. O amor não mata. Ele frutifica, ele dá a vida. Então o slogan surgiu naturalmente a partir disso. A Maria da Penha exemplifica muito bem esta dor. Ela está cadeirante justamente por conta da agressão por parte do então marido. Queremos deixar claro que a gente quer amor, paz e nada de violência, apenas o diálogo e o respeito a todos”, explica Fernanda.

A dependência financeira é a segunda principal razão que leva as mulheres a não romperem o ciclo de violência doméstica, de acordo com o DataSenado. A Prefeitura de Niterói oferece o Programa Auxílio Social, que, desde dezembro de 2021, já atendeu cerca de 200 mulheres, que passaram a receber o benefício de R$ 1.005,08 por mês. Ele foi criado na forma de decreto, com o objetivo principal de ajudar mulheres a quebrar o vínculo com o agressor e romper o ciclo da violência. O benefício é pago por seis meses, prorrogáveis por mais seis. Para ter direito, a mulher precisa atender a requisitos como morar em Niterói, residir com o agressor no momento da agressão, realizar o Boletim de Ocorrência e possuir renda de até três salários mínimos ou renda média per capita familiar de valor igual ou inferior a R$700,00. Os casos são avaliados pela equipe técnica do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Neuza Borges, Ceam, que faz o relatório para a entrada no programa e o acompanhamento das assistidas. Durante todo o período de permanência no Auxílio Social são ofertadas capacitações e bancos de oportunidades de trabalho, além de atendimento na saúde e na assistência social.